PRF e MP apreendem emuladores em oficinas mecânicas

Dispositivo burla informação repassada ao motor dos caminhões e emitia gases poluentes na atmosfera. Foto: PRF

Chapecó – Equipes da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar Rodoviária Estadual e representantes do Ministério Público Estadual cumpriram mandados de busca e apreensão em duas oficinas mecânicas em Cordilheira Alta e Xanxerê na manhã desta segunda-feira (17). As equipes averiguavam informações sobre a existência de emuladores, dispositivos instalados em caminhões e carretas para substituir o uso do fluído Agente Redutor Líquido de Nox Automotivo, conhecido como Arla-32 que controla a emissão de gases poluentes na atmosfera.

Em uma das mecânicas, localizada na BR-282 em Cordilheira Alta, foram apreendidos 26 aparelhos emuladores. Em outro estabelecimento, localizado na SC-155 em Xanxerê, os policiais apreenderam um emulador usado. Manuais de instrução, DVDs de instalação, computadores, chips e documentos foram apreendidos nas duas empresas e serão usados na investigação que será conduzida pelo Ministério Público de Santa Catarina.

O inspetor chefe da PRF de Chapecó, Ivo Silveira, explica que o fluido Arla-32 é obrigatório para todos os caminhões e carretas fabricados a partir de janeiro de 2012, conforme resolução 414 de setembro de 2009 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). A solução é responsável por filtrar os compostos poluentes emitidos pelo motor, provocando uma reação onde será gerado nitrogênio puro e vapor de água, que não causam danos quando são expelidos na atmosfera. O galão de 20 litros do Arla-32 tem custo médio de R$ 50 e um caminhão pode percorrer até 700 quilômetros com essa quantia.

Já o emulador é um dispositivo eletrônico que não precisa ser substituído e burla as informações repassadas aos sensores do escapamento e motor dos veículos, que identificam o composto. “Com essas falsas informações, o motor entende que o composto está funcionando normalmente, filtrando os compostos liberados pela queima de combustíveis, quando na verdade está liberando os poluentes na atmosfera”, explicou.

Os promotores do MPSC acompanharam o cumprimento dos mandados de busca e apreensão. Com a documentação e aparelhos recolhidos, eles devem dar início a ação cível e encaminhamento das infrações administrativas. Os responsáveis pelas empresas deverão ser chamados para prestar esclarecimentos ao MPSC e podem receber multa de até R$ 100 mil, perda dos materiais apreendidos e outras sanções. 

Criado em: 24/07/2018
Ultima Alteração: 08/08/2018
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