Petrobrás surpreende e inicia hibernação da FAFEN-BA

Após 47 anos de operação, a Unidade de Ureia da Fábrica  de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia é parada pela equipe de operação.  Às 14:11h desta sexta-feira, 04 de janeiro de 2019, caiu o último grão  de ureia, que começou a ser fabricada no Brasil no dia 14 de outubro de  1971.

A alegação da Petrobras é que necessita formar um estoque de  hibernação de 21.500 toneladas de amônia, e como a planta de amônia  passa por dificuldades de operação por falta de manutenção, opera a  baixa capacidade (63%). Como a essa capacidade a planta de ureia absorve  toda a produção de amônia, não é possível formar estoque excedente até o  dia 31/01/19, data prevista para parada total da fábrica e início do  fornecimento temporário aos clientes de amônia.

Com isso, segundo a Petrobrás, não restou outra solução a não ser antecipar a hibernação da planta de ureia.

A falta de manutenção também atinge a FAFEN-SE que, com paradas  sucessivas de emergência por problemas no sistema de segurança, trip na  fornalha, falha das B-101BJ e B-101BJA (esta última mantém a FAFEN-SE  parada desde 01 de janeiro), não consegue complementar o estoque de  amônia da fábrica na Bahia.

O fato é que a iniciativa de hibernar é justamente o que está  trazendo prejuízo às fábricas, já que a Petrobras não quer investir na  troca de catalisador saturado em Camaçari-BA, nem nas bombas 101 de  Laranjeiras-SE. Sem manutenção, as plantas não produzem, gerando  prejuízo.

Não se sabe se a Planta de Ureia ainda voltará a operar algum dia,  mas o passo dado hoje pela Petrobrás pode marcar o início de um período  bastante preocupante, não só para a força de trabalho das FAFENs, mas  para toda cadeia produtiva da região, além de comprometer a soberania  nacional e a segurança alimentar do povo brasileiro, como denunciou o  Sindipetro em março de 2018 (relembre aqui).


Fonte: Sindipetro Bahia

Criado em: 08/01/2019
Ultima Alteração: 08/01/2019
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